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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Um americano único



Há dois anos recebi como presente, de Natal ou de aniversário, confesso que já não me recordo qual, a biografia de Bill Clinton. Andava na altura obcecado por biografias e tentava entender o mundo, através das pessoas que detinham ou detiveram o poder. 

Li-o e fiquei a entender melhor a pessoa que está por trás do presidente.

Este homem foi, na minha opinião, o melhor americano que nos últimos anos ocupou a cadeira da Sala Oval na Casa Branca. Tinha tudo para não ser bem sucedido. O seu pai biológico faleceu de acidente ainda antes de ele nascer, e a sua mãe, meiga e forte, refez a sua vida com um homem que era jogador e alcoólico, tendo sido vítima de múltiplos abusos.

Cresceu nesta relação disfuncional no entanto, e não obstante isto, deu a volta por cima, tornando-se num dos homens mais “fortes” do planeta. Realça dois momentos de viragem que influenciaram a sua vida. O primeiro em 1963 quando inserido num grupo de jovens foi recebido por John F Kennedy na Casa Branca. O outro, o discurso “I Have a Dream” que ouviu pessoalmente da boca de Martin Luther King.

O 42º Presidente assumiu o cargo com apenas 46 anos, depois de já ter sido Governador do Arkansa.  

Presidiu durante o mais longo período de expansão económica da América, em tempo de paz.

Foi o primeiro presidente da geração pós-guerra. Conhecida por “Baby Boomers”, essa geração está associada a uma rejeição dos valores mais tradicionais e uma das suas principais características é considerarem-se especiais.

Em todo o seu brilhante trajecto de vida, a história vai sempre recordá-lo pelo caso Mónica Lewinsky.

Acusado de perjúrio e obstrução à justiça, num escândalo sem precedentes, os ultras tradicionalistas de extrema-direita, estiveram a um passo de o por na rua da Casa Branca

Em determinada altura, na sua biografia, e sobre este caso ele relata “durante as paralisações do governo, estava envolvido em duas lutas titânicas: uma pública, com o Congresso e relacionada com o futuro do país, e outra privada, para manter sob controlo os meus velhos demónios. Vencera a pública e perdera a privada.

Não faço juízos de valor sobre os acontecimentos mas compreendo o que ele quis dizer quando refere que “era fácil dizer que a vida privada de um presidente deveria continuar a ser privada. Mas, uma vez que o que eu fizera estava à vista de todos, em toda a sua fealdade, as pessoas só podiam reagir em função das suas experiências pessoais, marcadas não só pelas suas convicções, mas também pelos seus medos, desilusões e sofrimentos.

Agora imaginem o homem com capacidade para iniciar guerras e destruir países e que ao mesmo tempo continuava a dormir num sofá, na salinha que ficava ao lado do nosso quarto. Dormi naquele sofá velho durante dois meses ou mais. Li, pensei e trabalhei naquele sofá…

Foi, sem sombra para dúvidas, um grande vulto da história contemporânea, e apesar das suas virtudes e contradições exerceu o cargo sobrevivendo ao escândalo,  afirmando-se como um dos presidentes com o maior índice de popularidade em fim de mandato.

Dedica-se actualmente a causas filantrópicas das quais se destacam fundos para apoio ao tratamento e prevenção da SIDA (HIV – HIDS) assim como à causa do aquecimento global. 



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