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sábado, 30 de julho de 2011

Amor, amados e amantes




Um destes dias passei pelo parque de Monsanto. Havia carros estacionados e muitas famílias a aproveitar um dia de sol esplêndido. Os miúdos andavam entretidos em correrias a aos saltos. Felizes por estarem ali, ao ar livre, uns com os amiguinhos, outros com os seus pais.

Nestas alturas entendemos a vida na sua real plenitude. Pais que se assumem e são-no, não por mero acidente, mas por opção de vida. Sente-se que estão ali, e aquele é, sem dúvida, o melhor sítio do mundo, apenas porque é onde estão as pessoas que mais amam.

Não me parecem ser gestores de multinacionais ou de qualquer empresa cotada em bolsa. Provavelmente o lugar que cada um deles ocupa nas suas empresas, nem sequer é relevante.

Em contrapartida, o lugar que ocupam nas suas famílias é-o indiscutivelmente.

A par de toda esta actividade familiar, também se encontram alguns carros parados à sombra, em zonas discretas e pouco movimentada. Longe da zona de passagem obrigatória.

Lá dentro, numa comunhão de compromissos não socialmente assumidos, estão pessoas em fugidios momentos de intimidade. Comprometidos, e que procuram esconder-se quando se sentem observados. 

Querem manter o anonimato.

Alguns claramente no inicio do trajecto. Outros já numa fase avançada, embora discretos, assumem maiores riscos e trocam carícias num crescendo que se vai tornando incontrolável. Qualquer deles, apenas procura conforto, em curtos momentos de fuga a realidades, por vezes complexas.

Um bom amigo, já desaparecido há alguns anos, confessava-me que esse foi um papel que ele tinha desempenhado e era, no seu entender o que de mais sublime havia na alma humana. Era o encontro esquivo de duas almas que se amavam. Não porque a vida assim o destinara, nem porque tinham a bênção numa qualquer cerimónia, mas porque, quando os amantes se encontravam, se vivem momentos de comunhão total. De corpo e espírito. Que lhes traz serenidade e harmonia às suas vidas.

Dizia-me ainda, esse bom amigo (figura das artes e das letras), que amantes são as pessoas que verdadeiramente se amam. São os que vivem do amor partilhado. E embora socialmente rejeitados, quando se vive nesse estado de amor total e incondicional, estão-se nas tintas para tudo o resto. Tudo é silencioso e clandestino.

Tinha passado grande parte da sua vida na procura da alma gémea. Só isso justificava a sua existência. 

Acreditava que só aqueles que a descobriam poderiam ser felizes. Tornava tudo o demais suportável. Ele tinha sido abençoado. Tinha-a encontrado. E embora na altura estivesse amarrada a um compromisso, sabia que os dois estavam predestinados. Ambos sabiam que assim era.

A passagem por Monsanto trouxe-me à recordação esse bom amigo. E as noites em claro passadas em longas conversas em que me contava as suas aventuras e desventuras, de encontros e desencontros, com aquela que foi por parcos instantes, sua mulher, amada e amante.

Este meu admirável amigo, morreu de amor. Menos de dois anos após a morte física da sua mulher, ele desistiu da vida e iniciou a sua maior aventura de sempre. Iniciou uma nova busca pela alma gémea perdida, desta vez, na vida para além da matéria.

Espero que se tenham encontrado, e no lugar onde estão, qualquer que ele seja, gozem o amor porque tanto lutaram e merecem.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

A “loucura” não pode ser um refúgio para criminosos!



O advogado de Anders Behring Breivik pode invocar o que quiser, mas o facto deste sujeito ser um psicopata que matou a sangue frio, dezenas de pessoas na flor da sua vida, nunca poderá ser desculpado, nem sequer atenuado, por uma qualquer habilidade jurídica.

O julgamento só vai começar em 2012 porque, segundo o Procurador do Rei, há muita coisa para investigar. “A acusação não estará pronta antes do fim do ano, é o ponto de partida”, disse à rádio NRK.

Os atentados podem ser difíceis de prever e enquanto sociedade podemos precisar de estudar as razões que leva estas pessoas a tornarem-se extremistas, e a cometer actos criminosos tão bárbaros. Podemos não compreender totalmente o processo e os distúrbios que lhe podem estar subjacentes, no entanto, com estado de loucura momentânea, ou não, as vítimas viram-se privadas do seu mais sagrado direito, o direito à vida.

Independentemente das discussões académicas que psiquiatras, psicólogos e outros profissionais do ramo possam ter, este homem é um criminoso confesso e como tal deve ser julgado. Sem atenuantes, sem qualquer tipo de “benefícios” que legalmente o coloquem numa situação de privilégio.

Premeditou o atentado e os assassinatos. Foi necessário tempo, inteligência e grande dose de sangue frio para os planear sem levantar qualquer tipo de suspeitas. No dia, foi um executor implacável.

Em casos que envolvam este grau de violência, sou claramente a favor da pena de prisão perpétua. Dolorosa de preferência, para que os criminosos, diariamente, e até ao final dos seus dias de vida, consigam tomar consciência da angústia sentida pelas suas vítimas nos últimos momentos de vida.

Não podemos invocar nem a civilidade nem a evolução da raça humana para desculpabilizar estes comportamentos claramente desviantes. Anti-sociais. Marginais a qualquer concepção de razão, humanidade ou direito social.

É o que se espera do sistema. É o que se espera da justiça. 

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Lixo é a tua tia, pá!



Há dias que não sei sobre o que escrever. Há outros em que só me apetece dizer mal. Usar a má-língua para arrear com fartura nesta maré de gente amorfa que me cerca. Empresários sem projecto, funcionários públicos sem orgulho, uma multidão de gente adormecida. Zombies.

Olho para trás e vejo o meu trajecto de vida. Apetece-me contar histórias. Verídicas. Vividas na primeira pessoa.

Felizmente, desisto a tempo.

Quero continuar a manter este Blogue anónimo. Esta é uma aventura minha, só compartilhada com os amigos mais próximos. Pessoas que comigo partilharam alguma experiência. Com quem tenho alguma história em comum.

Depois, quase como se o mundo tivesse sentido esta minha angústia, recebo de alguém alguma coisa fantástica, chocante ou simplesmente engraçada que vale a pena partilhar ou comentar.

Ontem um dos meus filhos "velhos" (o 2º na cadeia cronológica), enviou-me este spot verdadeiramente extraordinário.

Não sei quem o fez, mas foi seguramente uma equipa de bons criativos. Parabéns pelo timing oportuno, e pela soberba qualidade da ideia e da concepção.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Dia dos avós



Ontem foi o dia dos avós. Deste dia não tenho recordações de infância, até porque isto de dias "temáticos" é uma modernice. Quando era miúdo, todos os dias eram dias da avó e da bisavó (muito melhor)!

Ainda não adquiri esse estatuto, mas apenas por uma questão de, … inteligência dos meus filhos velhos.

Tenho quatro filhos mas continuo a zero de netos. Os meus filhos “velhotes” já podiam ser pais, até porque eu, da idade do segundo já tinha tido o primeiro. Da idade do primeiro já tinha tido o segundo. Da idade do terceiro, já andava nos treinos para o primeiro, e da idade do quarto,... bom, nessa altura eu era simplesmente feliz porque ainda tinha avó e bisavó. 

Esta última, foi a pessoa mais amiga, carinhosa, afectuosa, e companheira que “alinhava” nas minhas brincadeiras de criança, que me compreendia sempre, mesmo sem palavras. Foi uma das grandes responsáveis pela minha infância muito, muito feliz. Vivida na quinta onde nasci.

Tenho saudades desses tempos, por isso entendo a alegria quase a rodar a “tonteirice” do meu filhote mais novo, sempre vê os avós.

Com 24 horas de atraso, os meus parabéns a todos os avós assumidos.

terça-feira, 26 de julho de 2011

O Tozé substitui o Zézito!



“Aqueles que, só pela mão da fortuna, de vulgares cidadãos se tornam príncipes alcançam o mando com pouca fadiga, mas só com muito esforço o conseguem manter. Não experimentam dificuldades na caminhada para o poder, parecendo que para lá vão voando. As dificuldades surgem depois de serem entronizados”. Maquiavel 1469-1527

Conhece e domina a máquina do partido. Os tempos de oposição interna permitiram-lhe fazer contactos, ganhar simpatias e fazer acordos. Mas foi também ele a causa de muitos equívocos. Quando foi necessário apoiar abertamente o anterior executivo, distanciava-se. Aparecia, mas mantinha-se cautelosamente na sombra. Sem fazer ondas.

Agora olha à sua volta, e acredito que até ele esteja confuso. Os “inimigos” de ontem são os apoiantes de hoje, até voltaram à condição anterior. O poder é efémero! Ele sabe-o.

Iniciou apenas o caminho, estreito, apertado e sinuoso que o pode levar até ao poder. Esse é o objectivo final. Mas não vai ser fácil. Vai ter de ultrapassar muitos obstáculos, principalmente dentro do seu próprio partido.

Para um dia chegar ao tão ambicionado lugar, vai ter de passar pela purga da oposição no parlamento. Quatro anos e em tempos de vacas muito magras. Vai ter de se opor explicitamente, apresentar propostas e fundamenta-las, desenquadrando-as dos compromissos formalmente assumidos com a Troika, pelo anterior executivo. O campo de manobra vai ser muito limitado.

E além de tudo isto, que já não é pouco, vai também ter de ganhar o respeito da “elite” que sempre dominou o partido. Unir as diferentes facções, grupos e grupelhos, resistir às constantes guerrilhas dos barões e baronetes, contornar o acordo feito com a Troika, e limpar as asneiras do anterior executivo, … na melhor das hipóteses, só se irá aguentar, se passar os próximos tempos a trabalhar muito, com uma equipa que lhe seja leal, mas nunca deixando de olhar por cima do ombro.

À semelhança do actual nº 1, de quem é alias amigo pessoal, também ele começou nos jotas.

Esta é a uma nova geração de líderes políticos.

Não viveram exilados.

Não foram Salazaristas nem Marcelistas.

Não lutaram contra o obscurantismo do Estado Novo.

Não podem ser acusados de fascistas, porque no seu tempo já estava fora de moda (tudo o que não fosse esquerda era mal-afamado).

Estes dois, estão limpinhos dos pecados do antes, e dos exageros do pós-revolução.

O 25 do 4, veio apanhá-los ainda de bibe a caminho do jardim-de-infância. As suas preocupações não iam para alem dos baloiços e escorregas.

São os novos senhores do pedaço. Ou do que resta dele!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

The Shock Doctrine (A Doutrina do Choque)



Em A Doutrina do Choque, Naomi Klein (ensaísta Canadiana) põe um fim ao mito de que o mercado livre global triunfou democraticamente. 


Expondo o modo de pensar, o rasto do dinheiro e os fios de marioneta por detrás das crises e guerras mundiais das últimas quatro décadas,  A Doutrina do Choque é a história absorvente de como as políticas de "mercado livre" da América têm vindo a dominar o mundo - através da exploração de povos e países em choque devido a inúmeros desastres.


Na conjuntura mais caótica da guerra civil do Iraque, é apresentada uma nova lei que permitiria à Shell e à BP reclamar para si as vastas reservas petrolíferas do país... 

Imediatamente a seguir ao 11 de Setembro, a administração Bush concessiona, sem alarido, a gestão da "Guerra Contra o Terror" à Halliburton e à Blackwater... 

Depois de um tsunami varrer as costas do sudeste asiático, as praias intocadas são leiloadas ao desbarato a resorts turísticos… 

Os residentes de Nova Orleães, espalhados pelo furacão Katrina, descobrem que as suas habitações sociais, os seus hospitais e as suas escolas jamais serão reabertas… 

Estes acontecimentos são exemplos da "doutrina de choque": 
- o aproveitamento da desorientação pública no seguimento de enormes choques colectivos - guerras, ataques terroristas ou desastres naturais - para ganhar controlo impondo uma terapia de choque económica. 

Por vezes, quando os dois primeiros choques não são bem sucedidos em eliminar a resistência, é empregue um terceiro choque: o eléctrodo na cela da prisão ou a arma Taser nas ruas.

Baseado em investigações históricas inovadoras e em quatro anos de relatos no terreno em zonas de desastre,  A Doutrina do Choque mostra de forma vívida que o capitalismo de desastre - a rápida reorganização corporativa de sociedades que tentam recuperar do choque - não começou com o 11 de Setembro de 2001. 

O livro traça um percurso das suas origens que nos leva há cinquenta anos atrás, à Universidade de Chicago sob o domínio de Milton Friedman, que produziu muitos dos principais pensadores neoconservadores e neoliberais cuja influência, nos nossos dias, ainda é profunda em Washington. 

São estabelecidas novas e surpreendentes ligações entre a política económica, a guerra de "choque e pavor" e as experiências secretas financiadas pela CIA em electrochoques e privação sensorial na década de 1950, pesquisa essa que ajudou a escrever os manuais de tortura usados hoje na Baía de Guantanamo.

A Doutrina do Choque segue a aplicação destas ideias através da nossa história contemporânea, mostrando em assombroso detalhe a forma como eventos do conhecimento geral têm sido palcos activos e deliberados para a doutrina do choque, contando-se entre eles: o golpe de estado de Pinochet no Chile em 1973, a Guerra das Malvinas em 1982, o massacre na Praça de Tiananmen em 1989, o colapso da União Soviética em 1991, a Crise Financeira Asiática em 1997 e o furacão Mitch em 1998.

sinopse do livro A Doutrina do Choque Site da Wook.pt



domingo, 24 de julho de 2011

Uma estranha forma de vida



Nasceu no seio de uma família pobre e viveu os primeiros anos da sua vida com os seus avós em Lisboa. Faleceu, em sua casa na Rua de S. Bento, ao inicio da manhã de 6 de Outubro de 1999. Transformou-se num dos maiores ícones da cultura portuguesa.

A Senhora Dona Amália, que morreu aos 79 anos, faria ontem 91 anos.

Abandona a escola da Tapada da Ajuda com 14 anos, como era hábito das famílias mais pobres, e aprende a profissão de bordadeira, sendo posteriormente engomadeira, tarefeira, e vendedora de fruta. Casa em 1940.

Inicia a sua carreira de fadista profissional em 1939 e um ano depois é já uma das primeiras figuras numa revista no Teatro Maria Vitória.

Em 1943 divorcia-se e inicia a sua carreira internacional a convite do então embaixador em Madrid, António Teotónio Pereira. Aos 24 anos Amália era já uma voz reconhecida em vários palcos como uma voz maior da canção nacional.

Em 1961 casa pela segunda vez com um Engenheiro da nacionalidade Brasileira com quem vive até à sua morte em 1997.

Esta Senhora simples, mas única, tem uma carreira de 50 anos, e durante todo esse tempo, foi embaixadora da cultura Portuguesa, tendo percorrido os quatro cantos do mundo. De Lisboa ao Rio de Janeiro, passando por Tóquio, União Soviética, Nova Iorque, Roma, México, Venezuela, Lousane, Trieste, Dublin, Londres, Madrid, e tantas, tantas outras cidades.

Passou pelos palcos mais míticos do planeta, Olympia, La Tete d’Arte, Lincon Center, Hollywood Bowl, Teatro Sistina, Sankei Hall, Carnegia Hall,…

Nasceu portuguesa, mas pertenceu ao mundo.

O seu corpo repousa, merecidamente, no Panteão Nacional ao lado de outras grandes personalidades, expoentes máximos da Nação Portuguesa.

A minha homenagem, a esta grande Senhora, uma Mulher de excepção.



sábado, 23 de julho de 2011

A Islamização da Europa



Há sinais de que Alá garantirá vitória ao Islão na Europa, sem espada, sem armas e sem conquistas. Não precisamos de terroristas ou bombas homicidas. Os mais de 50 milhões de muçulmanos na Europa irão transforma-lo num continente islâmico em poucas décadas.” Esta frase foi proferida pelo General Líbio Muammar Al Kadafi quando questionada sobre possíveis atentados na Europa.

De facto se olharmos para actual situação na Europa assistimos hoje à subversão de valores em prol de interesses económicos. Recorre-se cada vez mais a emigrantes para trabalhos que são recusados pelos nativos. Os filhos dos emigrantes, aí nascidos, adquirem a nacionalidade.

Na Europa só os emigrantes contraiam a baixa natalidade. No site da esquerda.net pode ler-se “Nenhum dos países europeus atinge o chamado nível de substituição da população - média de 2,1 nascimentos por mulher, revela um estudo do Instituto de Investigações Demográficas Max Planck, sedeado em Rostock na Alemanha, divulgado pelas agências noticiosas. Os países escandinavos, a França, o Reino Unido e a Irlanda, com taxas superiores à média de 1,7 filhos por mulher, são os países que mais se aproximam desse nível. Os restantes, incluindo Portugal, têm taxas inferiores, que variam entre 1,3 e 1,5 filhos por mulher”.

Por outro lado, nas sociedades liberais é muito difícil controlar o asilo, e a emigração ilegal, que aumenta na EU em cerca de 250 mil muçulmanos por ano, com tendência para crescer.

Esta comunidade aumenta a olhos vistos na EU.

No sul de França, há zonas onde já existem mais mesquitas que igrejas católicas e a população com menos de 20 anos representa já entre 30% e 45%.

No Reino Unido a população muçulmana nos últimos 30 anos aumentou de 80 mil para 2,5 milhões.

Na Holanda dentro de muito poucos anos vão representar mais de metade da população. Hoje os recém-nascidos são já superiores a 50%.

Na Rússia são mais de 23 milhões e nas forçar armadas, representam cerca de 
40% dos activos.

Na Bélgica 25% da população e 50% dos recém-nascidos

Existem alguns estudos que demonstram que dentro muito poucos anos, 1/3 da população da Europa terá nascido de famílias muçulmanas.

O mundo, e a Europa particularmente estão em transformação.

O risco é que essas comunidades aproveitem as fragilidades dos regimes democráticos e as “minem” a partir do seu interior.

As tendências multiculturalistas nomeadamente em Inglaterra, podem ameaçar a sua própria sobrevivência. Um grupo de extremistas islâmicos defende que em determinadas zonas do país, onde a população seja maioritária muçulmana, sejam criados emiratos, com tribunais, escolas e com lojas de comércio próprias. Nessas comunidades viveriam de acordo com o código de leis imposto pela Sharia.

A Europa, não tem projecto, rumo nem lideres respeitados. O risco de desaparecer e com ela afundar a nossa cultura milenar, é muito elevada.

Não sou, nem nacionalista nem fundamentalista.

Acredito que é possível encontrar o equilíbrio, mas para isso, é necessário que todos os jogadores adoptem as mesmas regras. 


sexta-feira, 22 de julho de 2011

Veio e já não volta



Acabou!

Morreu ao fim de 30 anos. Se tivessem esperado só mais três anitos, este fim teria algo de profético, mas não. Está toda a gente a apertar o cinto. Os nossos amigos americanos também não escapam à crise da falta de guito. 


Este foi então o fim anunciado de um projecto que levou dos cofres Americanos várias centenas de milhares de milhões de dólares. Daria para pagar tantas dívidas públicas portuguesas, que o nosso passatempo teria sido do tipo

- Onde é que eu posso gastar mais dinheiro? Vou fazer uma auto-estrada entre a minha casa e o café da esquina. Sem portagens.

Foi um verdadeiro rio de dólares consumido neste projecto.

O programa espacial serviu, durante vários anos, como máquina publicitária na guerra de protagonismo entre Americanos e Soviéticos (ainda no tempo da velha URSS). A competição era feroz. Por vezes, até pareciam miúdos, naquela fase das comparações em que cada um deles tentava “picar” o outro afirmando peremptoriamente que “ a minha é maior que a tua”.

Não temos dúvidas que a exploração espacial teve a sua utilidade. Não me perguntem qual porque estou a escrever isto sem recorrer a cabulas retiradas da net. No entanto, para o cidadão comum, aquele que se levanta, toma o pequeno-almoço, vai para o trabalho, almoça, trabalho novamente, volta para casa, janta e cama, para esses, alem do orgulho nacionalista, bacoco e idiota, o dito, se teve importância para alguma coisa, ele desconhece.

Mas asseguro que teve (agora já podem perguntar), quanto mais não seja para colocar satélites para espiar os restantes países do globo. Depois foram postos uns quantos de comunicação, para justificar a massa gasta, mas essa é a parte residual da coisa. Uma parte residual lixada uma vez que que se transformou o espaço à volta da terra, num cemitério de lixo electrónico (tipo grandes electrodomésticos à volta de um contentor).

Pior que tudo isto é que esta medida, vai fazer aumentar, novamente, o desemprego nos Estados Unidos da América. Ao terminar o programa, os Astronautas vão ficar sem trabalho. Coitados dos trabalhadores espaciais. É que eu não estou a ver, assim a frio, como é que se podem aproveitar as suas aptidões. Penso que nem como políticos (competências a mais para a tarefa)... será que pelas terras do Tio Sam também há fundo de desemprego?

quinta-feira, 21 de julho de 2011

O amor pode ser complicado…



Viver todos os dias sozinho é triste, com uma pessoa é complicado.

Por mais longa que tenha sido a fase de conhecimento, nunca é suficiente. As pessoas têm a tendência natural para esconder os seus defeitos, grandes ou pequenos. Mas mesmo que não fosse assim, a capacidade de duvidar é inerente à condição de humana. Poderiam abrir-se e exporem-se completamente, no entanto, ainda ficaria a dúvida. O que é que esconde mais? 

Surge o dia em que se vai repartir e partilhar do mesmo espaço, 24 horas por dia. Essa é a verdadeira prova de fogo.

A convivência diária, com a exposição sistemática aos vícios, erros e a diferentes temperamentos. As barreiras vão-se esboroando. Uma a uma, até que a verdadeira personalidade finalmente se revela.

É nessa altura que se consegue vislumbrar, se o que os une é suficientemente forte que lhes permita passar da fase do individualismo para a fase do compromisso, na sua verdadeira dimensão. Em que a percepção do todo, é mais do que a soma das partes. A não ser assim, tudo não passou de um equívoco.

Em tempos tive uma amiga que me dizia que a fase de negociação, no seu casamento, tinha terminado. Ainda hoje não consigo entender o que ela quis dizer com aquilo. A vida é uma negociação constante. Do primeiro ao último dia da nossa existência. Não apenas nos relacionamentos amorosos mas na simples repartição de um espaço comum, no emprego, nas amizades, no comércio, e nas mais diversas situações a que a vida nos conduz.

Negociar é crucial para encontrar consensos e seguir em frente.

Mas numa relação a dois, é isso e muito mais. É partilhar! É ser menos egoísta e abdicar dos preconceitos e ideias feitas. É ser menos egocêntrico e aceitar que as nossas mais profundas convicções podem não estar certas e não são inquestionáveis. É estar aberto a novas ideias, sem dogmas nem medos da mudança.

É semear sempre para colher mais tarde. Mesmo que uma qualquer tempestade destrua a colheita e deite por terra todo o nosso esforço. Se acreditamos e temos “fé”, é voltar novamente ao inicio. Com a mesma força. 

Sem esmorecimentos.

Daí que quando num qualquer relacionamento a fase da negociação termina, é porque tudo chegou ao fim. Acabou! Já não se semeia, porque o terreno ficou estéril. 

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Casa, comprar ou arrendar?



Ter uma casa própria, é hoje uma dor de cabeça do caraças para muita gente. Muitos são os que já desistiram, e entregaram-nas aos bancos, e outros, só ainda não o fizeram, porque… sinceramente não sei bem porquê!

A impossibilidade de cumprir com os seus compromissos, afecta cada vez mais famílias. Falamos de gente honrada, para quem toda esta situação originada pela crise, é bastante confrangedora.

Gente a quem foi vendida a ideia que esse era o investimento das suas vidas. Nada era melhor. Mesmo que hipotecando o futuro da sua família.

O governo, por sua vez, deu cobertura a todo este negócio que envolvia muitos milhares de milhões de euros.

Será que o que está na origem de tudo isto é a preocupação altruísta dos bancos e do governo com as famílias?!

Claro que não.

A explosão do crédito dá-se nos anos 80 como resposta a uma fase de estagnação das economias, nomeadamente nos países mais industrializados do velho mundo. A desregulamentação do sistema monetário internacional após dois violentos choques petrolíferos na década de 70 deu origem à desvalorização do dólar que perdeu a sua paridade face ao ouro. Assistiu-se a uma queda generalizada do comércio internacional. 

Havia que rapidamente encontrar uma solução para dinamizar o mercado. Manter o mercado a funcionar era a prioridade máxima. Tinha de rapidamente incentivar-se o consumo.

O sistema estava preparado para proporcionar os meios financeiros. Começou a estar disponível crédito para tudo. Viagens, casas, mobílias, barcos, carros de alta cilindrada, electrodomésticos, … e além disso existiam os cartões de crédito. Paletes deles. Os bancos enviavam-nos para nossas casas e podíamos começar logo a usar.

No que diz respeito ao assunto de hoje, essa era uma época em Portugal que o mercado de aluguer estava completamente paralisado. Não se faziam actualizações nas rendas pelo que não existia investimento, e não existindo investimento... chegou-se à situação em que o valor da renda não justificavam simples obras conservação. Os edifícios começaram a degradar-se.

Os senhorios, eram considerados uma corja de malandros capitalistas.

Este ambiente social, aliado à falta de regulamentação dos arrendamentos, era propício aos mercados de capitais na sua estratégia de fomento ao consumo. Faziam-se contratos a 30 ou 40 anos. Era uma garantia de estabilidade do sistema, com rendimentos garantidos a longo prazo. Cá estava o agora famoso mercado a actuar. Nesta altura já estavam envolvidos em toda esta tramóia.

No anos 90 e início do novo milénio, comprar era um bom negócio uma vez que o valor das prestações na aquisição de casa própria era, 20 a 25% abaixo das rendas praticadas em alugueres de habitações com idênticas características.

Hoje, fruto dessa conjuntura, a grande maioria dos Portugueses tem habitação própria. Ou tinha. O Estado, por seu lado, esquecendo-se das circunstâncias que conduziram a esta situação, considerando-nos, a todos nós, proprietários, e somos tratados como tal pela máquina fiscal. Somos ricos.

Os impostos sobre a propriedade aumentaram brutalmente. Sobre o imobiliário incidem impostos directos e indirectos, nacionais e municipais.

Actualmente o mercado de arrendamento disparou. Só no último ano cresceu mais de 70%. A opção hoje passa, cada vez mais, pelo arrendamento. Permite uma maior mobilidade das famílias. Quando podem optam pelo retorno às origens. Assiste-se ao abandono das grandes cidades onde o custo de vida é mais elevado. 

Outros simplesmente rumam a novas paragens, procurando noutros países aquilo que não conseguem em Portugal. 

Não sendo possível a venda das suas antigas casas, estas são agora colocadas no mercado de aluguer, dinamizando assim o sector.

Mas se hoje arrendar é mais fácil, isso deve-se a circunstâncias absolutamente anormais. A dificuldade de novos financiamentos e o aparecimento de várias casas disponíveis no mercado de arrendamento pelo valor da mensalidade ao banco, gera oportunidades excepcionais à dinamização desta actividade.

Se pudesse voltar atrás, eu alugava. 

terça-feira, 19 de julho de 2011

Hospitais



Ontem estive num hospital.

Não como profissional, mas como visita a um doente internado. Deste lado, tudo me parece diferente, agora. Este lado é mais… obscuro!

O funcionamento é anacrónico.

Vemos montes de pessoas, com batas de cores variadas, sempre com ar muito apressado, em direcção a um destino desconhecido, e a desaparecer atrás de portas com dísticos de “acesso reservado”.

Seguranças prepotentes e técnicos de saúde arrogantes. Administrativos atrás de guichés que decidem quando atender. À velocidade que eles próprios definem. E também estes desaparecem, por sua vez, para além das portas, para o conforto de locais de acesso reservado, onde habitam apenas outros seres, seus iguais.

Nas salas de espera há gente com dores. Uns no corpo e outros na alma. Com receio do veredicto. Com medo da incerteza. Só querem ser atendidos por alguém lhes diga que amanhã estão pontos para a vida. Qualquer que ela seja.

As pessoas de bata continuam a passar, com mais ou menos pressa, e sempre com um destino impreciso, indiferentes a tudo o que os rodeia.

Parece que se instalou a ideia de que se parecerem atarefados ganham respeito daqueles que insistem em recorrer aos seus serviços. Ou aos seus superiores, também eles ausentes destas zonas de doentes.

Para eles, gente muito ocupada, os doentes nunca estão satisfeitos. Nas salas de espera, nos corredores ou numa cama de um qualquer serviço, passam a vida a chamar a sua atenção.

Os doentes só querem mesmo aliviar as dores da incerteza. Querem ser esclarecidos por alguém que use uma bata. Não importa a cor. Precisam apenas de falar com um qualquer médico, enfermeira, auxiliar, … alguém que os olhe nos olhos.

Mas eles têm sempre muitas outras coisas que fazer, e não podem parar para falar nem com doentes nem com os seus familiares.

Tinha um grande amigo, da área de gestão em saúde, que definia os hospitais como lugares misteriosos povoados por estranhos seres. Eram médicos que se julgavam deuses, enfermeiros que se julgavam médicos e auxiliares que se julgavam enfermeiros.

Mundo estranho o dos hospitais.

Inexplicavelmente, e mesmo funcionando desta forma anacrónica, continuam a ser os únicos sítios para onde, numa aflição, podemos levar os nossos familiares. Quando eles se encontram mais frágeis, com menos forças, cheios de medo do desconhecido, com os medos próprios de quem está, e sente o corpo doente.

Um dia, as pessoas de bata, também se transtornam em doentes. E podem estar certos que isso um dia acontece. É apenas uma questão de tempo!

… e lá estará uma nova geração de gente de bata, a fazer de conta que estão muito ocupados!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Crise



Se esta crise não servir para mais nada, que sirva para repensar o actual modelo de governação dos países.

Deveríamos mudar. É urgente mudar de regime. Presidencial, monárquico, anarquista, sei lá… este já provou não serve. Está assente em grupos de pressão e lobbies que independentemente de quem está no poder, garante a sua sobrevivência à custa da mediocridade de vida dos restantes concidadãos.

Não há moral, honra, justiça nem sequer legitimidade na sustentação dum regime que se tornou autofágico.

É notável a insensatez da elite política.

Alguém andou a meter a mão no pote de mel. Todos o sabem. Será que existe alguém neste país que não tenha essa sensação?! No entanto, é melhor não mexer muito na “coisa”. Aumentam-se impostos, pedem-se sacrifícios aos de sempre, e cada um dos responsáveis pela situação em que nos encontramos, segue a sua vidinha na paz do Senhor.

Tudo em nome de um regime que já provou não ser bom, mas dizem as cabeças pensantes do chamado mundo civilizado que não há outro melhor.
Só me apetece gritar impropérios   W!_N6M#?TNXN

domingo, 17 de julho de 2011

Poupar para quê?


Este país está povoado por uma esquerda medíocre, por uma direita rasca e um centro esquerda que não consegue ter orientações definidas preocupados que estão na conquista de um eleitorado muito permeável.

Com esta fauna de políticos compreendem-se as razões de recentes diplomas onde se taxam em sede de IRS os juros de depósitos e juros de acções e fundos. Taxam-se de forma igual todos os rendimentos de capitais.

Deveríamos estar apreensivos pelo facto do ex-primeiro ministro, não tendo rendimentos conhecidos, de trabalho ou capitais, estar actualmente a viver em Paris (uma cidade com um elevado custo de vida), onde vai ficar durante um ano a estudar filosofia. Poderia perguntar-se com que dinheiro. Mas isso não interessa nem ao fisco nem à Assembleia da República, nem ao novo executivo, nem ao Tribunal de Contas, … nem à Nossa Senhora de Fátima!

O que o Senhor "ganhou" é dele e ninguém tem nada a ver com a forma como o gasta.

No entanto, são estes mesmos senhores que consideram quem ganha dinheiro em juros, porque poupa o dinheiro que ganha e o reinveste, é rico e como tal tem de pagar cada vez mais impostos.

Eu tive, e ainda tenho, algumas aplicações financeiras resultantes de décadas de trabalho, de muitos sacrifícios e de poupança. Mas é uma tolice porque os impostos vão-me perseguindo.

Quando recebemos o vencimento fica imediatamente retido o IRS que será sujeito a acerto no final do ano. Com as poupanças acumuladas investe-se, criamos pequenas empresas, fomentamos o emprego e criamos riqueza. 

Tornamo-nos empresários. Agora somos capitalistas. Raça desprezível.

Se as coisas correrem mal e a empresa “falir” lá foram as nossas poupanças. Deixamos de ser capitalistas e passamos a desempregados sem direito a fundo de desemprego. O Estado tem pena porque são menos impostos que entram nos seus cofres.

Mas, se com muitas horas de trabalho e alguma sorte à mistura, as coisas correm bem, poderemos retirar algumas mais-valias, através da distribuição de dividendos. E aqui o fisco esfrega as mãos de contente…

As empresas ao terem resultados positivos estão sujeitas a IRC. Ao distribuírem parte desses resultados pelos investidores, sob a forma de dividendos, os rendimentos são englobados nas respectivas declarações anuais, e são novamente taxados em sede de IRS.

Se pegarmos no que resta desse dinheiro e o investimos na bolsa de valores, em fundos ou em outros produtos financeiros, sobre os juros ou as mais-valias, pagamos mais um imposto. Desta vez o de capitais actualmente de 21,5%.

Há muita gente que em vez de criar empresas ou aplicar no mercado de capitais, faz viagens, passa fins-de-semana em festas, compra coisas mais ou menos inúteis, e em caso de algum azar vão para o desemprego e acusam o sistema de não os proteger. Não investem, não criam riqueza nem postos de trabalho. Mas divertem-se, não é isso que conta?!

Os sucessivos governos não beneficiam quem poupa e aplica os seus excedentes. Consideram-nos ricos e taxam tudo e todos como se fossemos especuladores.

Num país dominado por políticos profissionais que apenas olham para os próprios umbigos, será que vale a pena poupar e investir?

Não me parece! Vale mais ser perdulário.