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domingo, 17 de julho de 2011

Poupar para quê?


Este país está povoado por uma esquerda medíocre, por uma direita rasca e um centro esquerda que não consegue ter orientações definidas preocupados que estão na conquista de um eleitorado muito permeável.

Com esta fauna de políticos compreendem-se as razões de recentes diplomas onde se taxam em sede de IRS os juros de depósitos e juros de acções e fundos. Taxam-se de forma igual todos os rendimentos de capitais.

Deveríamos estar apreensivos pelo facto do ex-primeiro ministro, não tendo rendimentos conhecidos, de trabalho ou capitais, estar actualmente a viver em Paris (uma cidade com um elevado custo de vida), onde vai ficar durante um ano a estudar filosofia. Poderia perguntar-se com que dinheiro. Mas isso não interessa nem ao fisco nem à Assembleia da República, nem ao novo executivo, nem ao Tribunal de Contas, … nem à Nossa Senhora de Fátima!

O que o Senhor "ganhou" é dele e ninguém tem nada a ver com a forma como o gasta.

No entanto, são estes mesmos senhores que consideram quem ganha dinheiro em juros, porque poupa o dinheiro que ganha e o reinveste, é rico e como tal tem de pagar cada vez mais impostos.

Eu tive, e ainda tenho, algumas aplicações financeiras resultantes de décadas de trabalho, de muitos sacrifícios e de poupança. Mas é uma tolice porque os impostos vão-me perseguindo.

Quando recebemos o vencimento fica imediatamente retido o IRS que será sujeito a acerto no final do ano. Com as poupanças acumuladas investe-se, criamos pequenas empresas, fomentamos o emprego e criamos riqueza. 

Tornamo-nos empresários. Agora somos capitalistas. Raça desprezível.

Se as coisas correrem mal e a empresa “falir” lá foram as nossas poupanças. Deixamos de ser capitalistas e passamos a desempregados sem direito a fundo de desemprego. O Estado tem pena porque são menos impostos que entram nos seus cofres.

Mas, se com muitas horas de trabalho e alguma sorte à mistura, as coisas correm bem, poderemos retirar algumas mais-valias, através da distribuição de dividendos. E aqui o fisco esfrega as mãos de contente…

As empresas ao terem resultados positivos estão sujeitas a IRC. Ao distribuírem parte desses resultados pelos investidores, sob a forma de dividendos, os rendimentos são englobados nas respectivas declarações anuais, e são novamente taxados em sede de IRS.

Se pegarmos no que resta desse dinheiro e o investimos na bolsa de valores, em fundos ou em outros produtos financeiros, sobre os juros ou as mais-valias, pagamos mais um imposto. Desta vez o de capitais actualmente de 21,5%.

Há muita gente que em vez de criar empresas ou aplicar no mercado de capitais, faz viagens, passa fins-de-semana em festas, compra coisas mais ou menos inúteis, e em caso de algum azar vão para o desemprego e acusam o sistema de não os proteger. Não investem, não criam riqueza nem postos de trabalho. Mas divertem-se, não é isso que conta?!

Os sucessivos governos não beneficiam quem poupa e aplica os seus excedentes. Consideram-nos ricos e taxam tudo e todos como se fossemos especuladores.

Num país dominado por políticos profissionais que apenas olham para os próprios umbigos, será que vale a pena poupar e investir?

Não me parece! Vale mais ser perdulário.

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