São palavras intensas, definitivas, que implicam actos ou acções sem retorno. No entanto se estas são as palavras menos confiáveis do dicionário, por implicarem algo de definitivo, também não é menos verdade que são apenas palavras.
E valem o que valem. Não têm vida própria.
Precisão sempre de alguém que as profira ou escreva, e outros que as ouçam e lhe dêem uma qualquer interpretação, boa ou má, para que, momentaneamente, ganhem vida.
E isso é que é mau. Quando ganham vida e se comprometem. Nos comprometem.
Em boa verdade são apenas um conjunto de letras e não deixam de ser isso mesmo, até ao momento em que se juntam. E fazem estragos.
Nada na vida é definitivo, e estas palavras representam um fim em si mesmo, ou uma intenção com efeitos definitivos.
Como posso garantir, sem qualquer margem para o erro, que nunca mais vou mentir ou nunca mais me vou comprometer com algo, se sei que posso não vir a cumprir?
Nunca mais dizer nunca ou sempre, é apenas uma promessa. Ou uma intenção. E quer uma quer outra podem ser quebradas. Pelo menos aquelas que são feitas sobre um estado emotivo que nos leve a dizer o que não sentimos, e por consequência, a não sentirmos o que dizemos.
Mas se sempre sou tão radical com o nunca, porque é que não consigo garantir o mesmo com o sempre?
Há quem defenda risca-las do mapa. Retira-las do dicionário. Da vida!
Mas isso é uma tolice porque estas duas palavras são para a vida, como o sal e a pimenta para a comida.
Sem elas, a vida ficaria, seguramente, muito menos excitante!
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