
... e nada nos garante que seja a última vez. São processos repetitivos, mais ou menos cíclicos.
Nestes intervalos que a vida nos concede, temos de viver intensamente. Viver plenamente para honrar a memória das pessoas que vamos perdendo. Viver com menos, aceitar menos que isto, não é opção. Há quem acorde todos os dias e apenas espere pela noite com os ligeiros intervalos de satisfação que encontram em coisas menores. Há quem se refugie no passado ou futuro. Passar uma vida a ver a vida passar é um desperdício. E isso acontece a tanta gente. Há muita gente a viver no limbo!
O meu pai teve uma vida profissional intensa. Realizou-se profissionalmente mas foi perdendo as coisas mais importantes da sua vida. A que mais o marcou foi a morte prematura da minha mãe.
A doença, a idade e a falta da companheira da vida, foram vagarosamente minando a sua forte personalidade. Lentamente foi desistindo. Nada lhe dá alegria. Em nada encontra satisfação. Já deitou a toalha ao chão. Aguarda, com indiferença, o fim.
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