Para uns foi mau negócio, para outros o negócio possível.
Desde a primeira hora que penso que a nacionalização do Banco foi uma calhordice, quer do governo quer do homem forte da altura, à frente dos destinos da SLN, o Dr. Cadilhe.
Parecia uma luta de gatos assanhados. Um pensava ser intocável e poderia dizer, fazer e afrontar o poder político, como e quando entendesse. Os outros, pensavam que salvariam a economia portuguesa da crise, mais que instalada, nacionalizando, à pressa, o BPN, sem avaliar as possíveis consequências.
Com isto o Cadilhe sai de cena. Mas os bons nunca perdem. E ele lá recebeu os 12 ou 13 milhões do PPR que tinha sido constituído em seu favor, e fez-se à vida. Os accionistas receberam “bolinha”, e muito bem. Na minha opinião deveriam repor o que ganharam de modo,… digamos, fácil.
Os restantes, funcionários, clientes, consultores, direcções, e restantes empregados das empresas do grupo SLN lá se foram ajustando. Uns engolindo sapos vivos, e outros, animais de muito maiores dimensões. Existiram no entanto outros que embora sem opções profissionais em aberto, saíram.
Bateram com a porta. Já tinham contribuído para aquele peditório!
Reconheceram que duma forma ou de outra foram enganados. Pelo menos sentiram-se embusteados (gosto desta palavra).
Os políticos, por sua vez, como é sua característica basilar, continuaram a falar, falar, falar,… uns contra, até porque são do contra por natureza e essência, e outros lá conseguiram manter aquela postura de gente de bem, acima de qualquer suspeita, e foram parar à comissões parlamentar criada para o efeito. Foi um tempo produtivo em declarações mais ou menos coincidentes.
Era necessário manter o processo durante algum tempo à tona.
A exposição pública era imensa para se poder esconder.
Se houve aproveitamento politico?! É evidente que sim. Nestes casos encontra-se sempre alguém que está na disposição de se evidenciar e ganhar peso político. Como diria a minha mãe “com o mal de uns, ganham outros”.
O processo continua a decorrer, mas, eventualmente os grandes culpados pela golpada, nem sequer estão indiciados. Esses são como o azeite em água.
Misturam-se mas depois de repousar, lá vêem ao de cima, onde se mantêm.
Nunca se afundam, por maior que seja a quantidade de água em que se misturem.
Agora o BPN, tem novo dono.
Esperemos para ver as cenas dos próximos capítulos.